segunda-feira, 16 de março de 2015

MUSPELHEIM – O Reino do Fogo



Oi! Após interromper nosso contato por cerca de duas semanas, vou falar rapidamente sobre cada um dos Nove Mundos do Universo da Mitologia Nórdica. Sintam-se à vontade a comentar e compartilhar boa semana. Boa semana!

O PRIMEIRO MUNDO CRIADO NO UNIVERSO



Conta-se que na Criação do Universo, surgiu lentamente, um profundo abismo de gelo, chamado Ginungagap. Depois de permanecer por muito tempo imutável, o abismo começou a esquentar, derretendo boa parte do gelo. Grandes labaredas ardentes se formaram no fundo. Ao sul de Ginungagap criou-se o primeiro mundo. Situado no nível baixo do Universo e habitado pelos gigantes de fogo, este reino passou a ser conhecido por Muspelheim.



Estabelecido em uma das raízes de Yggdrasil (a Árvore da Vida) o gigante Surt era o regente dos gigante de fogo. Ele foi um dos protagonistas do Ragnarök, o final dos tempos. Empunhando sua brilhante espada de fogo, ele lutará contra os deuses. Seu confronto direto será com o deus Frey. Após tê-lo vencido, ateará fogo em Yggdrasil, a árvore que sustenta os nove mundos.



Chefe dos gigantes Eldjötnar, Surt também é responsável pela morte dos dois irmãos de Odin, Vili e Ve. Portanto, ele é um dos maiores inimigos deste deus e de Ásgard, a Morada dos Deuses Aesir.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

FRIGGA, A CONSORTE DE ODIN

Queridos, espero que tenham tido uma boa semana e que esta que começa hoje se melhor ainda!
Hoje vamos falar de Frigga, a consorte de Odin. Não sei se poderíamos dizer que é a esposa, já que ela é a defensora “fidelidade” dos casais e, no entanto, seu companheiro seduz a todas que entram em seu caminho a das quais precisa de um favor, favorecimento, etc...
Eu não disse que estes deuses são hilários?




O MITO DOS LONGOBARDOS

Frigga e Odin tinham opiniões diferentes em relação a duas tribos guerreiras, os Winnilers e os Vândalos, que lutavam pela posse de terras e campos muito férteis.

Odin tinha decidido garantir a vitória  dos Vândalos, mas Frigga usou sua perspicácia e criou um estratagema para que os Winnilers não perdessem, mas sem entrar mais em conflito com Odin.

Os Vândalos estavam acampados em frente a janela de Odin  e Frigga conhecendo sua intenção, astutamente pensou numa solução. Enviou um mensageiro aos Winnilers aconselhando que cobrissem os rostos com seus longos cabelos e mudassem seu acampamento para perto das janelas de Odin, o que fizeram prontamente.

Ao acordar pela manhã, Odin perguntou quem eram aqueles barbudos e Frigga exclamou triunfante que havia lhes dado um novo nome: Longobarden (Longobardos - longas barbas) e que, de acordo com a tradição, deveria dar-lhes a vitória como presente de batismo.
Odin teve de engolir o engodo de Frigga e assim os Longobardos ficaram com os cobiçados campos férteis e deram-lhe o nome de Longobardia, louvando e honrando Odin e Frigga como seus padrinhos.


domingo, 15 de fevereiro de 2015

YGGDRASIL

Oi,

Não resisti e usei de novo o desenho de André Só. Nela voces localizam, facilmente os Nove Mundos criados, segundo a Mitologia Nórdica. divirtam-se.

Logo voltaremos às divertidas sagas dos deuses! 
                                   
Vamos lembrar, a pronúncia de: “ö” -  aberto, como “ó”
                                                     “a” – aberto, como “á”
                                                     “j” – “i”





A ÁRVORE DA VIDA

 “Conheço um freixo chamado Ygdrasil
Uma árvore imensa em meio a bruma branca,
Dela escorre o orvalho que cai nos vales.
Firme, mantém-se sempre verde
Acima da sagrada fonte de Urdh”
                 “Völuspa”Poetic Edda – relato de Sybila, a vidente


Yggdrasil, a Árvore da Vida, cresceu no centro do universo para sustentar os Nove Mundos do Universo, tornando-se assim o Eixo do Mundo. Um freixo de tamanho colossal, nascido no abismo de Ginnungagap, no encontro do gelo e do fogo, para equilibrar o Universo entre o caos e a ordem. Uma árvore de tal magnitude que não podia ser vista, como um todo, por nenhum olho de qualquer ser que nela habita. 

Nasceu nos Anos Escuros dos Tempos Antigos, durante a Criação relatada por Sybila (a vidente) e levou muitas eras desenvolvendo-se. Esta árvore veio a ser totalmente diferente de todas as outras em qualquer dos mundos que sustenta. Esta árvore agigantada flutua no espaço. Suas raízes não estão embasadas em solo algum, tampouco enterradas na areia ou na terra. Alguns mundos se fixaram em suas raízes, outros no tronco e nos galhos. Uma raiz sustenta Nifelheim, o Mundo do Gelo Eterno. Outra, o Mundo dos Gigantes do Gelo, Jötunheim, abaixo deste, o Poço de Mímir. Na terceira raiz, ao lado de Jötunheim está Muspell, o Mundo dos Gigantes do Fogo e abaixo deste, o Poço de Urdh ou Wyrd (sabedoria).

                                                            NORNES - internet

No subterrâneo destes três mundos abaixo nas raízes de Yggdrasil, está Svarttalfár, o Mundo dos Anões e dos Elfos Escuros, e abaixo fica o Mundo dos Mortos, Helheim ou Hel. 
O topo da copa de Yggdrasil, também conhecido como Leard (doador de paz), foi reservada a Ásgard, o Mundo dos Deuses Aesir. Vaneheim, o Mundo dos Deuses Vanir (Vanires), ao lado de Ásgard, é o mundo dos deuses antigos, de antes dos Aesir. Älfenheim ou Ljossalheim, o Mundo dos Elfos da Luz, está logo abaixo de Ásgard e Vaneheim, uma localização exatamente oposta a Svarttalfár. 


                                                                               ILUSTRAÇÃO DO SUBMUNDO - RETIRADO DA INTERNET

Quatro anões foram designados para sustentar o céu, acima de Ásgard, e marcar os pontos cardeais: Nordhri (norte), Sudhri (sul), Austri (leste), Vestri (oeste). No centro do eixo vertical encontra-se Midgard, a Terra do Meio (a Terra Média), o mundo dos homens que quase encosta em Vaneheim, cujos deuses regem o a natureza na terra.
Os mundos intercalados em vários níveis no espaço, separados por desertos desolados, montanhas, frio e escuridão, vales, abismos e rios são intercalados por pontes. Sendo a mais famosa Bifrost (Arco-Íris) usada pelos deuses e seres sobrenaturais, ligando o céu e a terra. As outras pontes podiam ser frágeis e suspensas sobre os abismos e vales, finas como uma lâmina de espada ou resistentes como Gjallarbru (a Ponte do Eco), que leva ao portal Helgrid ou Valgrid, na entrada de Hel.

Em Nifelheim nasceu um dragão, e a ele foi dado o nome Nidhogg. Aí, porém, haviam se instalado os gigantes, e como não quiseram dividir suas terras com este animal igualmente enorme, o expulsaram de seus domínios. Nidhogg então passou a residir na raiz que sustenta Nifelheim e passou a roê-la a fim de desalojar os gigantes. Isso viria a enfraquecer Yggdrasil o que teria um papel importante no Ragnarök.

Na copa de Yggdrasil, na sua rama mais alta, pousou uma sábia águia, Hräsvelr. Tinha, entre seus olhos, um falcão com o nome de Vederfolner. No tronco da Árvore Cósmica, nasceu um esquilo e ele foi chamado de Ratatösk. Este se dedica a correr tronco acima, tronco abaixo, passando notícias falsas e insultos do dragão para a águia e da águia para o dragão Nihung, semeando a discórdia entre eles. Também quatro cervos corriam pelas ramas de Yggdrasil.
Nos frutos deste magnífico freixo, conta-se, estavam as respostas de todas perguntas da humanidade bem como trazer-los de volta a vida e curar todos os males. Nas suas folhas, as Nornes, deusas do destino, gravavam em runa, o destino dos deuse, do Universo e de todos os seres. Este destino, porém podia der alterado pelo livre arbítrio. Portanto Yggdrasil, a Árvore da Vida, representava a todos, o início e fim de tudo, a fonte da vida, a sabedoria divina, o alimento da alma e do corpo, o consolo do coração nos momentos difíceis, o remédio que tudo curava e o destino de tudo.

Dada a importância desta árvore, as três deusas Nornes, passam a viver junto ao poço de Urd, e regam suas raízes todas as manhãs. Desta maneira evitam que ela se debilite, proporcione vida longa à Yggdrasil e equilíbrio aos Nove Mundos. Estas deusas, uma anciã, Urdh; uma jovem, Verdandhi; e uma adolescente, Skuld; representam o passado, o presente e o futuro, respectivamente.



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A CRIAÇÃO DOS NOVE MUNDOS DE YGGDRASIL



”No início dos tempos, o grande caos rugia.
Não havia mar, nem água, nem areia,
Nenhuma terra abaixo, nenhum céu acima,
Somente um vão profundo em que nada existia.”
                      Völuspa (Palavras do Altíssimo) – Poetic Edda
                                                                palavras de Sybila, a vidente


Eis que Sybila, a vidente, relata a história da criacão dos Nove Mundos que formam o Universo e profetiza seu eminente final, o Ragnarök:
“Nada era como hoje. No princípio só haviam trevas. Não havia nada, somente um grande vazio. Não existia a terra, nem os elevados céus com estrelas, lua ou o sol. Não havia mundo algum.  Só o nada...”

Passou-se muito, muito tempo sem que nada mudasse, sem que nada existisse. Passaram-se muitas e muitas eras. Então, finalmente, tudo começou a mudar. Aos poucos foram surgindo alguns sinais. Aos poucos, alguma coisa começou a existir. No início não se podia definir ao certo o que estava vindo. Muito tempo mais se passou neste nascimento gradativo e vagaroso. Até que afinal podia-se ver um grande e profundo abismo de gelo deserto. Mais tarde, quando tudo seria nomeado, a ele seria dado o nome de Ginungagap.

Este abismo permaneceria deserto e imutável ainda por muito tempo, eras e eras. Tudo acontecia muito devagar naqueles tempos remotos. Então o abismo começou a esquentar. Aos poucos, pequenas mudanças aconteceram. O tempo deu espaço a muitas surpresas. Fogo brotou do fundo do abismo. Conforme as eras se consumiam, grandes labaredas ardentes foram se formando. Então no vazio primordial, sem forma, vida e cor, surgiu a primeira região distinta, situada ao sul e regida pelo fogo cósmico: o primeiro mundo se formou, o Mundo do Fogo, ao qual se deu o nome de Muspelheim e viria a ser habitado pelos gigantes do fogo.

Tudo estava mudando. Ainda devagar, mas continuava mudando. Na escuridão e névoas do abismo, formou-se junto ao gelo, o segundo mundo, ao norte, o Mundo da Névoa Perpétua. Um mundo escuro, mergulhado nas trevas eternas e envolto de névoas espessas, dominado pelo frio e pelo vento. A este reino deu-se o nome de Nifelheim. Estes dois primeiros mundos antagônicos foram se aproximando um do outro e após milênios se encontraram no meio de Ginungagap.

Já Muspelheim, era banhado pela luz e seu fogo eterno. Mais tarde, ele veio a ser guardado pelo gigante do fogo Surt com sua espada flamejante. Fagulhas das chamas derreteram algum gelo no fundo do abismo. Por este movimento, as forças primevas criaram uma fricção entre o gelo e o fogo que impregnou Ginungagap com a centelha geradora de vida.

O tempo passava lentamente e enquanto ele se consumia entre uma era e outra, surgiu a fonte Hvergrmir entre estes dois mundos. Um grande caldeirão borbulhante de cujas águas nasceram doze rios, chamados Elivagar, e flutuavam sobre Ginungagap.  Ao precipitarem-se no abismo, os rios soltaram gigantescos blocos de gelo e grandes nuvens de vapor subiram. O fogo fecundava o Universo e ele continuava a mudar.

De um destes grandes blocos de gelo, aos poucos, liberou-se a primeira criatura viva daqueles mundos remotos: Audhumla, uma colossal e majestosa vaca. Necessitando de alimento, esta criatura de tamanho descomunal, descobre que o gelo é salgado e começa a lamber o sal. Assim surge do gelo, esculpido pela língua de Audhumla outra criatura primitiva, Ymir, um gigante hermafrodita. Este gigante era a personificação do oceano congelado e o ancestral de todos os Hrim, Thurs e Rimethurs, gigantes do gelo.  Audhumla permite que ele se alimente do leite que escorria de suas nove tetas.

Movida pela fome, a gigantesca vaca segue lambendo o sal do gelo e assim, liberou-se do gelo, outro ser sobrenatural, o primeiro com feições humanas: Buri que também se alimentou das tetas de Audhumla e mais tarde gerou seu filho Bor.
Quando os gigantes do gelo, descendentes de Ymir, perceberam a presença dos Deuses Buri e Bor, partiram para luta. Desta luta inicia-se a rivalidade entre Deuses e gigantes, pois representavam forças opostas, da ordem e do caos e não havia possibilidade de convívio pacífico. Esta guerra durou muito tempo, sem que houvesse vencedor ou perdedor.
Neste ínterim, Bor casa com a giganta Bestla (filha do gigante Bolthorn) e geram, três filhos: Odin (espírito), Vili (vontade) e Vé (sagrado), que formam a Tríade Divina.

Enquanto isto Ymir adormeceu e deitado na geleira começou a suar com o calor que subia de Muspelheim. Durante seu primeiro sono, de seu suor debaixo dos braços brotaram os primeiros seres humanos. Tratava-se de um casal: Ask, um homem e Embla, uma mulher. Já as pernas deste gigante hermafrodita, copularam entre si, de onde nasceu um gigante de seis cabeças, Thrudgelmir, que por sua vez gerou Bergelmir, progenitor de todos os Gigantes do Gelo.

Buri e seus três poderosos filhos, Odin, Vili e Vé, se unem na luta contra os gigantes e matam o temível e sagaz Ymir. Seu sangue jorrou e provocou um dilúvio no qual pereceram todos os gigantes, menos Bergelmir que fugiu num barco com sua mulher. Navegaram até outra região que se havia formando, Jötunheim, o Mundo dos Gigantes. Lá geraram a descendência dos gigantes do gelo que continuou sua eterna disputa e rivalidade com os Deuses.

Odin, Vili e Vé, continuaram a modificar o Universo. Do corpo de Ymir formaram outra grande parte do mundo. Da sua carne criaram Midgard, o Jardim do Meio, e o colocaram no centro do espaço vazio. O sangue foi transformado em oceano. Seus ossos foram usados para criar as montanhas. Dos seus dentes foram moldadas as rochas. Dos cabelos, as árvores e toda vegetação. Seu crâneo foi usado para criar o firmamento, salpicando-o com seu cérebro que deu origem às nuvens. Então os Deuses contemplaram e admiraram sua obra ficando, por hora, satisfeitos.

O Universo nunca para de mudar e os Deuses sentiram que era necessário criar mais algumas melhorias. Para que o céu se mantivesse acima de tudo, colocaram quatro anões segurando-o e marcando os pontos cardeais. Assim foram nomeados: Nordhri (norte), Sudhri (sul), Austri (leste) e Vestri (oeste). Para iluminar o Universo, transformaram faíscas de Muspelheim em Sol e Lua, por fim, as estrelas.

O Sol foi colocado em uma carruagem dourada com dois cavalos: Arvakr (“o madrugador”) e Alsvin (“o veloz”). Era conduzida pela filha do gigante Mundilfari, Sol (sol). A Lua foi colocada numa carruagem prateada, puxada por um único cavalo: Skin-faxi (“o ligeiro”). Esta carruagem prata era dirigida por Mani (lua), também filho de Mundilfari. Mais uma carruagem foi colocada nos céus, desta vez preta, puxada pelo cavalo Hrim-faxi (“crina de gelo”) e enquanto corria, espalhava gotas de orvalho. Para conduzir esta carruagem foi escolhida Nott (noite), filha do gigante Norvi. Outra carruagem ainda foi providenciada, esta era branca e puxada pelo cavalo Skin-faxi (“crina brilhante”) que distribuía seus raios luminosos por todos recantos do Universo. A carruagem branca era dirigida por Dag (dia), filho de Norvi.

Do abismo Ginungagap nasce um enorme freixo, Yggdrasil, a Árvore da Vida, que sustentará os Nove Mundos.

Caminhando nas margens do mar, a Tríade Divina encontra Ask e Embla. Ao vê-los decidem dar-lhes a vida. Odin tira de Yggdrassil um pedaço de madeira e faz dele um cajado. Com ele toca o casal de humanos, tornando-os seres vivos. Tendo Odin lhes dado o sopro da vida, seu irmão Vé lhes dá os sentidos e Vili a inteligência. Feito isso, os Deuses, dão a este casal o Jardim do Meio, Midgard.

Odin e seus irmãos, dirigiram se ao ponto mais alto de Yggdrasil, e aí nos últimos galhos, deram início ao reino de Asgard, a partir de então, morada dos deuses Aesir. Este reino era o mais bonito e fértil do Universo, abençoado com uma infinidade de ouro e pedras preciosas. Também, seus habitantes, os Deuses Aesir, se destacavam em beleza, força e talento. Odin, o mais velho e poderoso dos deuses a habitar Asgard, sempre seria o maior soberano deste reino e do Universo, o Alfhather, pai de tudo e de todos. Deste mundo os deuses governavam o Universo e o único acesso a este reino seria a ponte de arco-íris, Bifrost, que ligando-o a Midgard.

Para finalizar sua obra, a Tríade Divina achou que era bom criar também, a Manhã e a Tarde, o Meio-dia e a Meia-noite, o Crepúsculo e a Alvorada, as estações do ano, Verão e o Inverno, e entre estes, a Primavera e o Outono.

Colocaram as carruagens em movimento. Quando a carruagem dourada com Dag despontava no Horizonte Leste, acompanhada da carruagem branca, chegava a Alvorada, que dava sequência à Manhã. Quando ela estava ao meio do Universo, carregando o Sol que o iluminava de cima e formava a menor sombra do dia, era o Meio-dia que dava sequência à Tarde. Ao baixar no Horizonte Oeste, inicia-se o Crepúsculo. Nesta hora, a carruagem prateada despontava no Leste carregando Mani e acompanhada carruagem preta com Nott, chegava a Noite trazendo a escuridão. Quando Mani chegava à metade do firmamento era Meia-noite.

Enquanto isto, dos restos mortais de Ymir, começaram a sair grande quantidade de minúsculos seres rastejantes e deles foram criados os Anões e os Elfos Escuros. Para os Anões, foi criado o Mundo Nivadellir, que foi colocado logo abaixo de Midgard. Os Anões Escuros, seres ladinos e traiçoeiros, foram habitar um mundo ainda abaixo, chamado de Svartalheim. Dali, estes seres soturnos não podiam sair, sob pena de se transformarem em pedra. Os Anões de Nivadellir assumiram a tarefa de extrair os metais e as pedras preciosas das profundezas de Midgard, para fabricar as armas e as jóias dos Deuses.
Assim, segundo os Deuses Aesir, foi criado o Universo. Porém Deuses mais antigos, os Vanir que regiam a natureza, não concordariam com esta versão. A Grande Mãe, Erda (a Terra) teria sido a primeira expressão de vida no Universo. Surgida de uma explosão do vazio, ela teria criado todo Universo fecundada por uma centelha de vida que vagava no Cosmos desde a grande explosão. Ela criou os oceanos e ali colocou um regente e lhe deu o nome de Njörd. Com o passar do tempo, ela geraria vários outros regentes, um para cada manifestação da Natureza por ela criada. Na Idade do Ferro e Bronze, durante as migrações, teriam vindo, do Leste, os Asiáticos. Estes seres eram guerreiros muito fortes, bem armados e travaram uma guerra com os Deuses Vanir, os regentes da Natureza, a fim de estabelecer uma supremacia. Como não houve vencedores, os asiáticos tornaram-se os Deuses Aesir. Apesar de os Vanir e Aesir terem se unido, os Aesir, Áses, ou Arianos, estabeleceram seu reino na copa de Yggdrasil, nos seus galhos mais altos e o chamaram de Ásgard. Eles estavam muito acostumados ao calor e à luminosidade do sol e ali acharam seu habitat ideal. Os Vanir ou Vanires continuaram na parte mais frondosa e cheia de verde da copa.

Mais tarde Frey, o filho de Njörd, ganharia de presente Älfenheim, ao cair seu primeiro dente de leite. Com seus habitantes muito claros, brilhantes e benevolentes, Älfenheim seria a moradia dos Elfos Claros, guardiães da Natureza, que ajudavam os Deuses e humanos a preservá-la.

Também foi criado um mundo para os mortos nas profundezas do Universo. Este reino passou a se chamar Helheim ou Hel, e Hela ou Hel, filha de Loki, viria a ser a Deusa e guardiã deste Mundo.

Assim foram criados os Nove Mundos de Iggdrasil. Mas outros seres ainda se juntaram a eles. Acima de Ásgard empoleirou-se no último galho, uma águia chamada Hrälsveg, em cuja a testa, entre os olhos, viveu um falcão. O bater das asas desta enorme águia, passou a provocar o vento. Enquanto isto, Nidhogg, um dragão, roe a raiz mais profunda da árvore eixo do mundo, na qual vivia. No tronco da frondosa árvore corria Ratatosk, um esquilo que se dedicava a levar recados e fofocas entre Hrälsveg e Nidhog provocando inimizade e disputa entre estes dois seres que habitavam as extremidades do Universo.
Nove mundos se desenvolveram. Cada qual com seu papel, sua importância no destino do Universo. Erda e Odin, os criaram para se completarem e alcançar a ordem que deveria reinar sobre o caos.

Mas os seres são imprevisíveis e os deuses perdem o controle sobre eles. Com o tempo já não conseguem entrar em acordo, já não conseguem viver em harmonia. Então virá o caos e reinará sobre a ordem. Com o caos chega o final dos tempos antigos: o Ragnarök. Quase todos os seres sucumbirão. Tudo mudará novamente.

“O sol fica escuro, a terra afunda no mar,
Estrelas brilhantes somem da abóboda celeste.
O vento e o fogo entrelaçam-se enraivecidos
Até que as chamas gigantes alcançam o céu (...)”

“Irmãos vão lutar e matar uns aos outros
E os filhos das irmãs trairão seus parentes.
Em todo o mundo o sofrimento dominará.
Uma era de espadas e escudos quebrados seguirá
Antes de o mundo ruir, nenhum homem outro poupará...”
                               “Völuspá” (Palavras do Altíssimo) -  Poetic Edda

OBS: Ragnarök, O Crepúsculo dos Deuses, O Apocalipse, é erroneamente traduzido na nossa cultura como o fim de tudo, quando na verdade seu significado é “Revelação”, o descortinar de um novo tempo.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

ODIN SACRIFICA SEU OLHO


Boa noite amigos,

Hoje vamos conhecer mais sobre Odin, "O Pai de Todos". Este é o pai de Thor e amigo de Loki, e é um dos personajens mais conhecidos na atualidade!

Odin, Allfather (Pai de Todos), também conhecido como Wotan, é o Deus Supremo dos Deuses Aesir. Adota vários outros nomes durante suas aventuras e viagens, de acordo com o papel que vai desempenhar. É o Deus da vida e da morte, da guerra e da vitória, virá também, a ser soberano de vários outros atributos durante sua história.

É filho de Bor e a gigante Bestla e irmão de Vili e Vé. Os três irmãos formam a Tríade Divína que criaram o Universo suspenso em Yggdrasill, a Árvore da Vida. 
De longa cabeleira e barba grisalha, veste normalmente, uma capa com capuz de um azul índigo. Usa um anel (Draupnir) e uma lança (Gugnir), ambos objetos mágicos feitos pelos anões. É considerado uma figura misteriosa e paradoxal e falava somente em versos, usando belas e tocantes palavras.

Odin é um Deus misterioso, persuadia e seduzia a todos para atingir seus objetivos. Sábio, mas sempre ansiava por mais.




ODIN EM BUSCA DA SABEDORIA ANCESTRAL


Já passado algum tempo após a criação do Universo, Odin contempla os Nove Mundos de Yggdrasil. Olhando lá do céu, onde fica Ásgard, reflete sobre a responsabilidade que tem sobre o Universo criado. Sente-se despreparado para tão árdua tarefa. Coça sua barba, passa a mão pelos seus fartos cabelos grisalhos, anda de um lado para outro procurando, dentro de sua mente, por alguma solução. Terá de defender estes reinos do caos para perpetuar a ordem.

Então decide viajar até o submundo, até a Fonte de Mímir, cuja água detém o poder da sabedoria ancestral. Terá de descer pela Árvore da Vida, até a raiz onde fica Jotunheim, o Mundo dos Gigantes de Gelo e de lá, descer para a Fonte.
A procura de auxílio e companhia para viagem, escolhe dois corvos para sentarem em seus ombros. A um dá o nome de Huginn que significa pensamento e ao outro, Muninn, que significa memória. Ensina-os a voar a sua frente, reconhecer o caminho a ser tomado e avisá-lo de tudo que há e acontece neste trajeto.

"Huginn e Mininn voam a cada dia
Sobre a terra espaçosa.
Eu temo por Huginn,
Que ele não volte,
Ainda mais ansioso estou por Muninn."
                         Grimnismál (Edda Poética) 

Escolhe dois lobos, considerando que são animais com sentidos apurados e inteligência social. Uma vez que sua sobrevivência depende de quem os cerca, também se tornam criaturas protetoras. Figuras fiéis, guerreiras e heroicas que enxergam muito bem à noite, são uma opção perfeita como guias. Dá a eles o nome de Geri e Freki. Serão sua companhia e lutarão a seu lado em todas as batalhas. Odin admira sua bravura, sua determinação e como se movem silenciosamente pela paisagem. Lhes será muito grato pela sua fidelidade, e os alimentará melhor que a si mesmo.

Acostumado às batalhas,
O triunfante senhor dos exércitos,
Sacia Geri e Freki,
Mas  ele, o famoso nas armas,
Odin, vive apenas de vinho
          Grimnismál (Edda Poética)

Quer se manter incógnito e por isso escolhe um manto cinza com um capuz que lhe cobre a face e adota o nome de Ganglieri, que significa, o andarilho. Leva um odre de vinho para se alimentar e sua lança mágica Gugnir. Esta lança mágica forjada pelos anões, habilidosos com metais, jamais erra seus alvos. Sentindo-se pronto para viagem planejada, inicia sua jornada saindo no meio da noite.

Alcança a maravilhosa floresta que cerca Ásgard. A luz da lua lhe acompanha clareando seu caminho e silenciosamente agradece a Mani (Lua), olhando para o firmamento. Consegue ver nitidamente as árvores altas e frondosas, os animais que aí habitam e a relva fresca exala sob seus pés. Os pássaros lhe homenageiam com lindas melodias. Os animais espiam curiosos e lhe seguem com o olhar. Todos sabem que se trata de Allfather, o pai de todos.

A Ponte Bifrost, é uma ponte formada por um arco-íris que liga Ásgard a Midgard, o Mundo dos Humanos. Seu guardião é o Deus Heimdal. Este tem os ouvidos tão aguçados que conseguem ouvir a lã dos carneiros crescer. Usa uma corneta chamada Gjallarhorn, para avisar os Deuses de qualquer movimento nesta ponte. Mas para passar por ela despercebido, Odin se identifica e alerta Heimdall a não fazer alarde, invocando sua outra arte: a do silêncio. Então desce discretamente até Midgard.

Odin e assim iniciar sua incursão por ela, de cima para baixo. Porém ali encontra Erda a Mãe Terra. A guardiã de Midgard não está disposta a lhe dar passagem. Então senta-se sobre a relva, apanha seu odre de vinho, toma um gole, e oferece a Erda. Apresenta-se como Ganglieri, o andarilho, e inicia uma respeitosa e sedutora conversa em forma de versos:


"Formosa senhora,
De olhos e cabelos da cor desta Terra, 
Ouve os apelos do meu coração.

Venho de longe,

Estou em apuros,
Preciso penetrar este solo 
Descer e seguir
Ao mais profundo rincão.
Á mais profunda raiz,
No mundo dos sonhos escuros,
Abaixo do frio e das névoas,
A Fonte de Mímir procuro,
Além de Niflheim, 
Está meu destino."

- Descubra sua face, para que eu possa vê-lo, e me poupe de suas    mentiras, andarilho, homem de poucas verdades. Não tente me impressionar com poesias e fala mansa. Conheço o que está abaixo de meu reino e certamente a Fonte de Mímir, o Sábio, não fica nas profundezas de Niflheim. 


Sem jeito e envergonhado com seu descuido, Odin joga seu capuz para trás, deixando à vista seu cabelo que lhe cai até os ombros e sua barba grisalha. Leva o odre de vinho até a boca e bebe outro longo gole, oferecendo-o novamente à Erda que também o aprecia longamente.

- Vejo que mentira é seu nome Odin. Porque andas disfarçado?

"Bela e amável senhora,

Ando no anonimato, sim,
Afim de ver se está tudo como outrora
Quando criei o Universo sem fim.

Em verdade, à Jotunheim me dirijo,
O Mundo dos Gigantes do Gelo,
O manto é meu esconderijo,
Para não ter de fazer aos gigantes um apelo,
Pois inimigos dos Deuses, 
Me colocam em perigo.

Vou à procura de Mímir,

De sabedoria preciso,
Ouvir conselhos antes de ir,
De volta à Asgard indeciso."

Então Odin a coloca a par de seus propósitos e Erda meneia seus cabelos em sinal de compreensão e passando e vê-lo com outros olhos, ferece-lhe água doce. Encorajado ele sorri e seguem bebendo o vinho do odre do Deus. Admiram o Sol que se põe, lindo, no horizonte! O céu se tinge de várias cores. O entardecer cria uma atmosfera que os envolve em encanto. Inebriados com a doce paisagem e também sob efeito do bom vinho que saboreiam, rolam na relva envolvidos pela paixão do momento e se entregam ao amor.
Acordam felizes pela manhã. Erda lhe dá permissão para descer pelas raízes abaixo da Terra e lhe jura passagem segura no seu caminho de volta, e ele diz que espera ansioso por este momento.
Odin continua sua viagem e desce pelas raízes. Silenciosamente agradece a Sol, a guardiã do Astro Rei pelo espetáculo que lhes forneceu na entrada da noite anterior.
Chegando a Jotunheim, puxa novamente seu capuz para o rosto e passa pelos gigantes discretamente. Penetra o subterrâneo daquele mundo até chegar ao fundo da raíz e alcança a fonte, seu destino.
Mímir está sentado à beira da fonte, absorvido pela leitura de um de seus pergaminhos. Seu semblante sério e sábio é sereno. Sua figura é imponente, mas envolvedora e o visitante se aproxima confiante. Levanta a cabeça e surpreende-se com a inesperada presença do encapuzado andarilho.
Odin tira o capuz a fim de que o sábio Deus o reconheça e lhe fala:

"Ó soberano da fonte,
Venho por seu saber,
Desta nascente preciso beber,
De seus conselhos tenho necessidade,
Para a ordem manter.
A ameaça do caos é constante,
É sombrio o futuro dos Mundos.
De cada ser e todas mentes,
Dos falantes aos mudos,
A sede de poder os seduz."

Mímir observa a figura á sua frente. Um velho senhor de cabelo e barbas grisalhas, reconhece Odin, então fala:

- Senhor do Universo, seja bem-vindo à minha morada! Estou lisonjeado que venha a mim pela sabedoria ancestral! Posso lhe dar de beber da minha fonte, pois todos meus conselhos irás receber através de somente em um gole. Porém terás de me dar algo em troca, o sacrifício de sua dedicação, e assim provarás as boas intenções que tens. Se procuras por soluções para seus domínios, o preço não será alto.

"Que lhe posso oferecer,
em troca de tão valiosa bebida?
Nada trago para merecer,
tão única benesse, 
talvez necessitas receber,
algum favor em contrapartida?"

- Agradeço sua generosa oferta, demonstra confiança. Tu, “O Buscador”, centrado na sua realidade, propondo-se a mergulhar em seu interior para obter informações que auxiliem a transformação que virá com o conhecimento e os segredos dos Mundos. O preço para tudo isto deverá ser significativo. Em troca do que buscas deverás depositar no fundo da fonte, teu olho esquerdo, símbolo da razão e assim firmar um compromisso.

"Alto é seu preço, Mímir!
Porém não tenho escolha,
somente com sabedoria posso seguir,
de volta a Ásgard e de lá administrar,
a ordem para os mundos conseguir."

Odín lhe deposita seu olho esquerdo na Fonte Milagrosa. Com um gole apenas, desta água clara e límpida, absorve tanta sabedoria e poderes que passa a conhecer segredos inimagináveis antes detidos apenas por Mímir. E assim se despede:

"Sábio e poderoso Deus,
Com profunda gratidão me despeço,
Poderes levo para os céus,
De ignorância não mais padeço!"

Com uma reverência, despede-se, deixa o domínio de Mímir e inicia sua volta aos céus. Ali doa-se em sacrifício ao Universo e se pendura em uma raiz de Iggdrasil. Permanece suspenso, enforcado, por nove dias e nove noites, imolando suas costas com sua lança. Dali visualiza, abaixo de si, as runas e ao lado um escudo brilhante, no qual escreve todos os sinais desta escritura sagrada que lhe foi presenteada.



“Suspenso na Árvore assolada pelo vento,
Durante nove dias e nove noites fiquei.
Trespassado por uma lança, uma oferenda para Odin,
Eu mesmo me sacrificando e oferecendo-me a mim.
Amarrado e suspenso estive naquela Árvore,
Cujas raízes têm uma origem desconhecida aos homens.
Ninguém me deu pão para comer,
Ninguém me deu algo para beber.
Ao espreitar as profundezas abaixo de mim,
Agarrei avidamente as runas,
E apossei-me delas, dando um grito feroz.
Depois caí perdendo os sentidos.
(...)
Bem-estar eu alcancei com as runas, sabedoria também.
Amadureci e alegrei-me com meu amadurecimento.
Cada palavra conduziu-me a novas palavras,
Cada ato proporcionou-me novos atos e escolhas.”
                                “ Havamal”, estrofes 138 e 139 – Edda Poética




                                                             Jera - a Runa de Odin

domingo, 25 de janeiro de 2015

LOKI EM “A CONSTRUÇÃO DO MURO DE ASGARD”


Oi,

Hoje vou contar para vocês o resumo da história de Loki em “A Construção do Muro de Asgard”. Na minha opinião é uma das mais engraçadas. A maioria das histórias desta mitologia são muito divertidas, é isto que mais me fascina.



“Logo após os deuses construírem a fortaleza de Asgard (a morada dos deuses Aesir, na planície de Ida), apareceu um renomado construtor, que se ofereceu a cerca-la com um muro muito resistente. Como pagamento exigiu o Sol (die Sonne – lembrar que em Alemão, trata-se de um substantivo feminino) e a deusa Freya, caso terminasse a construção no decorrer do inverno. Os deuses não queriam aceitar tão alto preço, mas Loki incentivou-os dizendo que o muro nunca ficaria pronto em tão curto prazo.

Porém o gigante possuía um maravilhoso cavalo chamado Svadhilfari, que trazia dia e noite os blocos de pedra colocando-os no lugar. Faltava apenas o último portal antes de acabar o inverno, e tomados de pânico, os deuses culparam Loki pela eminente perda da deusa Freya e da deusa Sol. Ameaçaram mata-lo caso não arrumasse uma solução para o problema.
Apavorado, Loki esperou o cair da noite e assumiu a forma de uma égua atraindo Svadhilfari para longe. O dono, desesperado, tentava impedir seu cavalo de seguir a égua, mas de nada adiantou.

No dia seguinte o construtor assumiu seu fracasso e assumiu sua verdadeira forma de gigante, ameaçando os deuses, acusando-os de tê-lo enganado. Porém Thor empunhou seu martelo mágico, Mjöllnir, e esmagou o crâneo do gigante.


Após um longo sumiço, Loki reapareceu trazendo sua cria, que pariu enquanto metamorfoseado em égua. Era um belo cavalo de oito patas que ofereceu a Odin, para que os deuses o perdoassem. O Deus Pai, aceitou o que logo percebeu que seria o mais veloz dos cavalos, e deu a ele o nome de Sleipnir.”

OBS: a pronúncia de "j"  se pronuncia "i"
                                  "ö" se pronuncia "ó"


AMIGOS: 

Cerca de uma vez por semana vou postar novidades, sintam-se a vontade para comentar, elogiar e criticar! Será ótimo conhece-los e trocar informações, tirar dúvidas, etc. 

Quando iniciei o blog já estava perto do Advento, Natal e Ano Novo, então aproveitei para postar as semelhanças entre Baldur e Jesus, física, simbólica e históricamente; os ícones desta época que o mundo inteiro importou: a árvore de Natal, luzes, Papai Noel, coroa de advento, etc...

Mas depois comecei a postar algo sobre os personagens que todos já conhecemos, mesmo que de outra maneira. Em seguida vou contar a história desde o início, resumidamente, é claro, pois como vocês sabem, este blog está sendo escrito para divulgar meu livro, hehehe...

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

DESCRIÇÃO DE LOKI

Nome: LOKI, LOKE, LOKJE, LODUR – dependendo da língua local
REGENTE DO FOGO - GIGANTE, SEMIDEUS, OU DEUS? – AS FONTES DIFEREM

Minha conclusão: Semideus
Pais: gigante Farbauti (o cruel) e a deusa vanir Laufey (ilha das folhas)
Irmãos: não existem relatos de irmão nas fontes pesquisadas
Esposas: 1ª. - giganta Angrbodda (a destruidora), 2ª. Deusa Sigyn
Filhos: Hel, o lobo Fenrir, Jörmungand (a Serpente do Mundo) e Sleipnir (o cavalo mágico de Odin)
Aparência: bonito, alto, esguio, cabelos ruivos, olhos verdes
Símbolos: fogueiras, explosões, erupções vulcânicas, incêndios, queimadas, terremotos, plantas alucinógenas, espinhentas ou venenosas
Morada: Asgard (a convite de Odin)
Runa: Ansuz
Animais totêmicos: raposa, égua, lobo, mosca varejeira, salmão, serpente aquática, pulga
Cor: furta cor

Loki é a figura mais misteriosa, complexa, controvertida e de difícil compreensão, do panteão nórdico. Tem características ambíguas, atuando ora como um catalizador de mudanças e evolução inusitada, ora como inimigo dos deuses, conduzindo as forças do caos, como no Ragnarök. As vezes cômico, é protagonista de episódios divertidos, mas também provoca infortúnios, intrigas e situações embaraçosas ou eventos trágicos.
Sua ambivalência aparece nos mitos como criativo, travesso, trapaceiro, embusteiro, sabotador, ladrão, fofoqueiro, pernicioso, invejoso e as vezes maldoso, mas não totalmente mau, até a morte de Baldur. Após o cristianismo, alguns tradutores complementaram, tardiamente, seus mitos com atos maléficos e cruéis, associando-o a Satanás. Assim como os bobos das cortes medievais, ele fala a verdade, sem medo de punição e cria situações constrangedoras, sem se preocupar com regras ou conveniências sociais.
Semelhante a outros personagens de mitos ou fábulas, Loki é o inimigo da entropia, da acomodação e da inércia, usando o caos como uma fria e calculada estratégia para promover mudanças ou ampliar a compreensão, ativando o potencial inato dos espectadores e facilitando o crescimento pessoal.
Loki é um arquétipo liminar, não pertence por inteiro aos gogantes, nem aos deuses, com os quais viaja mora junto em Asgard e participa de suas aventuras, problemas e conquistas. É um agente do caos protagonista do apocalipse, mas ligado por um pacto de sangue a Odin.

                                           Texto baseado no livro Ragnarök, de Mirella Faur, pág. 192 a 196